2 de janeiro de 2013

Série virtudes: Um trono com o meu nome escrito


“não sejais sábios aos vossos próprios olhos.” (Rm 12:16)
Creio que um dos territórios em que mais temos liberdade para nos expressarmos seja a nossa mente. Lá ninguém vê o que falamos, o que achamos, o que visualizamos, os nossos conceitos e preconceitos. Lá nos sentimos livres para fazer o que quisermos. Infelizmente esse território também foi afetado pelo pecado. Lá dentro de nossa mente podemos ser terríveis assassinos, enquanto fingimos muito bem aqui fora que somos anjinhos.
Jesus, quando tratava sobre o adultério, contrariando aqueles que achavam que suas mentes eram um território livre e sem lei, disse que somente no olhar para uma mulher com intenção impura no coração o homem já havia cometido adultério com ela. (Mt 5. 28)
É na mente que tudo começa, e de onde tudo se espalha. É na mente que damos o pontapé inicial às nossas atitudes. O texto que lemos no início fala de uma pessoa altiva e cheia de um orgulho destrutivo, o que a Bíblia chama de ser sábio aos próprios olhos. Essa pessoa nutre dentro de si um conceito elevado de si mesmo, enquanto coloca as outras pessoas num nível abaixo de seus pés. Tudo, inicialmente, em nível mental.
Da mesma forma que o olhar com intenção impura para uma mulher já caracteriza o erro, outras atitudes já se tornaram erros se já foram concebidas na mente. A exteriorização é uma conseqüência do que está dentro. Se nos achamos mais nobres que alguém, é dentro da mente que esse pecado nasceu e mora.
Existe uma multidão de pessoas que tem dentro de si a altivez e o orgulho destrutivo, e nem um pouco de humildade. O desejo de Deus é que haja dentro de cada um de nós um equilíbrio naquilo que pensamos a respeito de nós e a respeito dos outros.
Não ser sábio aos próprios olhos é uma virtude que nos levará a não permitir que dentro de nossa mente se forme algum trono escrito o nosso nome. Cultivar uma mente saudável vai nos fazer descer dos tijolinhos que colocamos sob os nossos pés, com o intuito de parecermos melhores e mais nobres.
Vale relembrar que Aquele que tem todo o poder, Jesus Cristo, não permitiu que houvesse dentro de si um conceito sobre si mesmo que o levasse a menosprezar os outros, pelo contrário, foi Ele que lavou os pés sujos dos seus discípulos cheios de defeitos, e até hoje, não vi outro deus ou outro mestre que tenha feito isso, sendo tão grande e ao mesmo tempo tão humilde. Façamos como Ele!
Por André Sanchez 

Série Virtudes : Venha ser um lavador de pés sujos


“Não sejam orgulhosos, mas estejam dispostos a associar-se a pessoas de posição inferior.” (Rm 12:16 – NVI)
A grande lição que este versículo nos traz está ligada a oposição entre orgulho e humildade. Orgulho é o elevado conceito que alguém tem de si mesmo. O orgulhoso é arrogante e soberbo, de forma que se vê acima das outras pessoas. O orgulhoso tende a desprezar aqueles que são considerados por ele como inferiores ou que estão em posições menores. Se não o faz publicamente, faz interiormente.
Humildade, por sua vez, é o sentimento que faz a pessoa reconhecer que não é melhor que ninguém. O humilde é modesto e não ousa se achar acima dos outros. O humilde reconhece que Deus é quem o sustém e que sozinho não é nada. Ele sabe que todos somos pó e ao pó tornaremos.
Enquanto o orgulho afasta-nos do nosso próximo e de Deus, a humildade nos aproxima deles. A virtude de cultivar a humildade e enxotar de nossas vidas qualquer tipo de orgulho deve ser cultivada com empenho e dedicação, pois exige alto grau de comprometimento e atitude.
Talvez, o exemplo mais impactante de alguém que buscou a humildade acima do orgulho, tenha acontecido com Jesus na ocasião em que lavou os pés dos apóstolos. Naquela época, lavar os pés de alguém era função do escravo, do menor, do mais pobre, do mais humilde. O filho de Deus, sendo Deus, não precisaria lavar os pés de ninguém, mas exemplificou o que deseja de nós: que tiremos qualquer orgulho do nosso coração e sejamos servos humildes das pessoas.
A maioria dos apóstolos que ali estavam eram pobres e de condição humilde. Talvez pensemos que eles é que deveriam lavar os pés do Deus Todo-Poderoso, como Pedro pensou. Jesus, porém, mostra que nesta terra, quer pessoas que não tenham um conceito elevado de si mesmas, mas que estejam dispostas a servir o mais humilde habitante que necessitar.
Ser um humilde é muito mais que uma decisão. Ser humilde é observar as características da humildade e praticá-las, focando em nosso próximo, sendo capazes de servir até mesmo o que é considerado mais inferior, engolindo qualquer sentimento de superioridade.
Em tempos de valorização do orgulho, quem se habilita a lavar os pés sujos de alguém?
Por André Sanchez